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Design Thinking agiliza a solução de problemas

Design Thinking tem sido uma das principais preocupações das empresas envolvendo a experiência do usuário. Fatores como preço e qualidade já não são suficientes para garantir um diferencial para a marca, é preciso ir além e proporcionar algo que seja único e positivamente marcante.

Se pensarmos na tradução literal da expressão “pensamento do design”, significa uma mudança na forma de pensar acerca das situações propostas. Por isso, em lugar de pensar sob a perspectiva do problema, a técnica busca pensarmos numa abordagem mais holística, considerando diferentes variáveis.

É um equívoco comum as pessoas imaginarem o design como algo apenas visual ou estético. Na verdade, ele envolve a busca pelo bem-estar e usabilidade dos produtos.

Transportando essa ideia para o cenário empresarial, ele “olha” para a situação considerando diversos pontos ao redor e os impactos prováveis envolvidos.

Essa abordagem de inovação auxilia as organizações a desenvolver produtos e serviços que resolvam problemas dos clientes de uma forma melhor e mais completa, sem contar mais rápido e com menor custo. Ele contempla a consideração dos detalhes que fazem muita diferença para a experiência do consumidor.

As práticas dessa metodologia podem ser utilizadas em todos os níveis da empresa e conseguem dar mais agilidade e eficiência à solução de problemas de qualquer tipo de negócio.

E para a sua aplicação, a empresa deve estar preparada, com um mindset voltado para inovação, para adotar novas tecnologias que facilitem a rotina, ao mesmo tempo em que deve ter uma boa estrutura de processos de gestão e de produção.

O uso do Design Thinking promove o desenvolvimento de habilidades importantes para profissionais e gestores. As ferramentas proporcionam mais facilidade na identificação dos problemas e na busca pelas melhores soluções em menor tempo e custo.

Ela funciona por meio de etapas iterativas. Em cada uma delas são utilizadas diferentes ferramentas que potencializam as chances de encontrar os resultados esperados. A seguir elenco as cinco principais etapas essenciais do Design Thinking:

  1. Imersão ou empatia

A primeira etapa envolve olhar aberto para hipótese, problema, oportunidade ou processo. Nela, é preciso mergulhar fundo na questão, a fim de compreendê-la em sua essência. A empatia é fundamental, já que ela permite que o entendimento seja genuíno, livre de preconceitos ou achismos preexistentes.

Algumas das ferramentas mais utilizadas nessa fase são aquelas que investigam, que buscam a fundo os problemas encontrados nas companhias. Brainstorms e entrevistas são duas das táticas mais dinâmicas de investigação. Ambas buscam entender o posicionamento do cliente e também ideias de como a companhia pode agir perante um certo assunto.

É na imersão que a equipe visualiza de forma mais fácil os problemas a serem resolvidos.

  1. Análise e síntese

Depois de encontrar os problemas, entramos na fase de análise, também chamada de definição, que é uma das mais desafiadoras. É nesse momento que todas as informações são estudadas em busca da raiz do problema.

Aqui é onde vamos entender o problema mais profundamente e, para tal, as ferramentas mais usadas são em forma de charts e diagramas. As notas adesivas são muito utilizadas nessa fase, já que, quando dispostas em uma parede ou mesa, por exemplo, ficam mais fáceis de visualizar e também podem ser agrupadas em “temas” parecidos.

Outros métodos são o diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito ou espinha de peixe, que é uma representação visual da organização das ideias levantadas, e charts de jornada do usuário, que é a representação dos passos que o cliente ou usuário percorre desde o primeiro contato com a sua solução até o relacionamento firmado no pós-vendas.

Independente do método utilizado, é importante que os profissionais mantenham a mente aberta e discutam bastante sobre os pontos encontrados.

  1. Ideação

É onde a solução começa a tomar forma e apresenta seus primeiros sinais de aplicabilidade. Nesse momento, o problema já foi identificado e uma nova etapa de criatividade dá início. O grande objetivo dessa etapa é conseguir enxergar uma saída viável para a questão, que possa ser desenvolvida e gerar bons resultados dos pontos de vista financeiro, operacional e gerencial.

A criatividade domina esta fase, já que é onde teremos as ideias – boas ou ruins – surgindo e se unindo com o intuito de virar uma única solução. Para tal, são usadas as ferramentas: matriz de alinhamento, que agrupa as informações que se sabe ou que se tenha pesquisado sobre o problema e suas possíveis soluções em três quadros distintos (certezas, suposições e dúvidas); mural das possibilidades, uma forma mais prática de visualizar as possibilidades de solução para o problema em questão com a listagem de diferentes ideias em um quadro e a escolha das duas melhores para serem detalhadas; e a cocriação em que o cliente ajuda na criação de uma nova solução ou na resolução de algum problema.

  1. Fase de prototipagem

É a fase em que a solução já foi encontrada, mas ainda precisa ser testada e avaliada em relação aos seus detalhes. Se uma pessoa precisa se deslocar de um endereço a outro, uma solução é dispor de um meio de transporte. Porém, qual dos meios é o ideal: bicicleta, patinete elétrico, carro ou ônibus? O protótipo ajuda a validar essas opções e definir qual será a melhor.

Por conta disso, há diversas táticas para a prototipagem. No caso de um produto alimentício podemos mencionar o próprio desenvolvimento do produto em uma pequena quantidade para que possa ser avaliado – seja pelos squads participantes ou até mesmo consumidores.

No caso de soluções tecnológicas a simulação é o mais utilizado. Se uma empresa de segurança quer validar uma nova técnica de abordagem de indivíduos suspeitos, por exemplo, ela pode criar uma situação semelhante ao que ocorreria na vida real e simular a solução proposta, identificando os pontos fortes e fracos a serem aprimorados.

Claro que existem muitas outras ferramentas, a escolha do melhor caminho depende apenas da companhia e do tipo de solução apresentada.

  1. Fase de desenvolvimento

Depois de passar por todos esses processos, a solução estará pronta para ser desenvolvida em definitivo. Nesse momento, as ferramentas passam a ser específicas da solução e não da metodologia de Design Thinking. Portanto, elas terão variações conforme tipo, aplicabilidade e inúmeros outros fatores.

As cinco fases não acontecem do dia para a noite e demandam tempo, disponibilidade e mente aberta de todos os participantes. O ideal para que o processo seja bem sucedido é que estejam presentes funcionários de todos os setores da companhia, assim é mais fácil de entender os desafios de cada área e ver as dificuldades de todos.

O Design Thinking não é só uma ferramenta de encontro e solução de problemas, mas também um momento de descompressão e interação entre os setores, trazendo uma cultura de inovação e foco no usuário para dentro da empresa.

Fonte: Baguete – Por André Abreu, fundador e CEO da BossaBox.