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Contratação direta de profissionais pelo governo desagrada setor de TIC

O anúncio de que o Ministério da Economia vai contratar 350 profissionais de tecnologia da informação para atuar em projetos de transformação digital no governo federal desagradou os empresários do setor de tecnologia. Para a Federação das Associações das Empresas de Tecnologia da Informação –Assespro –, a situação é classificada como nociva ao mercado, já que o setor, principalmente neste momento de crise sanitária e econômica, sofre uma crise de apagão de mão de obra e o governo entra para concorrer.

“São vários cenários que não estão sendo recebidos positivamente pelo setor de TIC. Primeiro, veio o Serpro fazer contrato/parceria com as maiores estruturas de empresas multinacionais para venderem para o governo. Depois, vários ministérios fazem acordos e termos de parceria só com os gigantes, para a “Transformação digital brasileira”. Agora vem essa ideia de contratar profissionais diretamente para promoverem essas transformações”, diz o presidente da Assespro Nacional, Italo Nogueira.

De acordo com o Ministério da Economia, a ideia é fazer um processo simplificado para selecionar candidatos em sete especialidades, para contratos de quatro anos. Serão especialistas em Gestão de Projetos, Infraestrutura de Tecnologia da Informação TI, Ciência de Dados, Segurança da Informação e Proteção de Dados, Análise de Processos de Negócios, Experiência do Usuário (UX), além de Desenvolvimento de Software.

O Ministério da Economia definirá a remuneração dos profissionais a serem contratados, com expectativa de que os editais devem ser publicados em até seis meses.

Com relação aos projetos de transformação digital, a Assespro entende que o melhor caminho seria desenvolver isso juntamente com as empresas do setor, e não por meio da contratação direta de funcionários. Um ofício está sendo redigido e será enviado aos representantes do governo federal.

“Seria importante que o governo promovesse um diálogo mais aberto, direto e contínuo com as empresas do setor visando a construção de políticas de compras públicas e contrações mais eficientes para o Brasil”, finaliza o presidente da entidade, que representa mais de 2.500 empresas de tecnologia dos mais diversos portes atuando em todas as regiões do país.