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Perspectivas sobre cultura, estratégia e inovação para o agora

O ambiente de negócios nunca será o mesmo. Como toda crise, a pandemia trouxe à tona questões sobre estratégia, cultura e inovação que precisam ser repensadas. Existe uma relação direta entre esses pilares, pois negócios são interdependentes, como um ser vivo. A cultura mata a estratégia no café da manhã e não pode ser um obstáculo na implantação de mudanças. Então, a discussão ainda é sobre a principal figura nas empresas responsável pelo sucesso, as pessoas. Não existe estratégia, cultura adequada e mudanças sem pessoas. Sozinho o empreendedor pode até ir mais rápido, com as pessoas certas ele vai bem mais longe.

Inovar não é um processo orgânico, que acontece sozinho, precisa ser gerenciado e regado diariamente, como qualquer outro setor da empresa. Para além disso, a inovação não é mais um “modismo”, deve se consolidar como uma estratégia para o crescimento dos negócios, que não podem ser estáticos. O primeiro passo para o esquecimento é a estagnação, como dizem. E fazer nada não é ficar estagnado, é andar para trás. A maioria das grandes corporações que estavam listadas na Forbes 1995 não está mais. Não mudaram, engessaram-se. Não importa o tamanho ou o setor do negócio, ele desaparece se permanece estático, é só questão de tempo.

Então, inovar precisa ser traço cultural, competência a ser desenvolvida pelas pessoas e empresas. Não se separa inovação da estratégia, ela é parte. Planejamentos engessados quase sempre são incompatíveis com cenários imprevisíveis. E é isso que vivemos agora, é necessário aprender a lidar com as imprevisibilidades. Agilidade nas mudanças e gestão pontual são importantes. Mudar precisa ser o caminho, não uma válvula de escape. Liderança, cultura e inovação são aspectos centrais dos negócios de agora em diante. Liderar para inspirar pessoas e mudar culturas empresariais. E assim, crescer e gerar mais valor para os clientes. E a inovação é um processo que começa nas lideranças, é de cima para baixo.

E qual o papel da cultura na inovação e na estratégia? A inovação só acontece em culturas favoráveis. Cultura são as crenças e comportamentos compartilhados pelas pessoas que estão na organização. E as estratégias também precisam ser aderentes à cultura empresarial. Então, as lideranças são os termômetros para a criação ou mudança de uma cultura. Sem incentivo, dificilmente a inovação irá acontecer como um processo a ser gerenciado. Empresas inovadoras são feitas de pessoas inovadoras incentivadas por outras pessoas. Mas por que inovar é um processo? Apesar de ser contraditório, a inovação é gerenciável, precisa ter prazo, responsável, indicadores e mensuração de resultados. E assim o ciclo se reinicia. Inovação é uma ideia nova aplicada que traz resultados para os negócios. Se não medir, não é possível saber se está inovando.

Então, o que o futuro nos reserva? Só o que sabemos é que negócios engajados em rápidos processos de transformação sobrevivem com mais facilidade ao processo darwiniano que existe no mercado. Vivemos em 2 anos de pandemia o equivalente a 20 anos em termos de transformações. Mudar uma empresa começa por mudar as lideranças, as pessoas, a cultura e depois o negócio. Novas tecnologias, transformação digital e novos contextos de liderança constituem cenários possíveis, todos baseados em processos de mudanças de modelos de negócios e de pessoas. Como qualquer ser vivo, a empresa precisa se adaptar. Esse é o único caminho previsível e a única certeza. Independente do momento, opte por mudar, é sempre a melhor escolha.

Gustavo Terra – consultor especialista em gestão e inovação