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27 de maio de 2025O universo da segurança digital está prestes a enfrentar uma transformação significativa. O CA/B Forum aprovou, em sua reunião mais recente deste ano, uma proposta de considerável diminuição do prazo de validade dos certificados TLS (Transport Layer Security). A intenção é reduzir o período de 398 dias para apenas 47 dias. A nova regra, que será implementada de forma escalonada até 2029, já tem data marcada para sua primeira etapa: a partir de 15 de março de 2026. Embora a diminuição do prazo de validade dos certificados já venha sendo um assunto em pauta há alguns anos, o tema tem gerado atualmente uma série de debates no mercado e muitas empresas estão preocupadas com a logística dessa nova dinâmica.
Segundo a proposta aprovada, os certificados não poderão ultrapassar, inicialmente, 200 dias de validade. Em 2027, o limite cairá para 100 dias e, em 2029, os certificados terão, enfim, o prazo máximo de 47 dias. Mas por que essa redução tão agressiva? A resposta está na segurança. Certificados TLS garantem a criptografia e a autenticidade das conexões na web. Quanto menor for o tempo de validade, menor será a janela de exposição para certificados comprometidos ou desatualizados. Encurtar esse ciclo é uma forma de montar uma barreira contra possíveis explorações, considerando o ritmo acelerado em que as ameaças cibernéticas vêm sendo aprimoradas.
Certificados TLS vencidos podem comprometer seriamente a operacionalidade e credibilidade de um site, expondo os usuários e a própria empresa a diversos riscos. Entre os maiores perigos estão a possibilidade de ataques indiretos (em que hackers interceptam e manipulam dados sem serem percebidos) e de falhas em autenticações que podem levar à perda de confiança dos visitantes. Além disso, navegadores atuais alertam os usuários sobre conexões inseguras, o que pode afastar clientes e impactar negativamente a imagem da empresa. Isso sem falar nas possíveis interrupções inesperadas, que prejudicam a disponibilidade e continuidade das operações online.
Automação já!
O impacto prático dessa mudança é profundo. De acordo com as diretrizes estabelecidas na proposta aprovada pelo CA/B Forum, as organizações terão que renovar e implantar certificados a cada seis semanas. Isso fará com que o modelo atual de gerenciamento manual se torne obsoleto, inviável diante da frequência exigida. Equipes de TI precisarão agir rapidamente, mapeando todos os certificados em uso, revisando políticas internas, verificando compatibilidade com sistemas legados e, sobretudo, adotando soluções de automação robustas. O ciclo de vida dos certificados precisará ser gerenciado com precisão, eficiência e sem falhas. A automação, antes uma opção (já altamente) recomendada, agora se torna uma necessidade operacional.
Algumas ferramentas já existem no mercado e podem ajudar as empresas a atingir o nível de automação necessário para atender à demanda, como o protocolo ACME (Automatic Certificate Management Environment) da GlobalSign. Ele permite que servidores realizem a gestão de certificados de forma independente e segura. A questão é: não se trata apenas de evitar instabilidades nos serviços — embora essa seja uma consequência direta do gerenciamento inadequado. A mudança também impõe um novo nível de maturidade organizacional em relação à conformidade e à governança digital.
Tudo indica que a sobrecarga manual será substituída por fluxos automatizados que não apenas renovam certificados, mas também monitoram seu status, realizam validações de domínio e alertam para ações necessárias em tempo real, tornando compreensível que muitas empresas vejam essa mudança com preocupação. No entanto, essa nova política pode representar uma transformação positiva pois, com a adoção de tecnologias de automação, a indústria como um todo tende a evoluir para padrões mais seguros, ágeis e escaláveis. A confiança digital será mais dinâmica, mais resiliente e mais alinhada às exigências atuais da cibersegurança.
O fato é que estamos diante de um marco importante. A validade de 47 dias é mais do que uma regra técnica: é um chamado para uma nova era na segurança da web. Empresas que se anteciparem, investirem em automação e reformularem seus processos estarão em conformidade e à frente de um movimento que redefine o que significa estar protegido na internet. Para quem ainda não começou esse processo, o momento é agora, e para quem busca apoio, contar com parceiros experientes pode ser o diferencial entre a continuidade e a vulnerabilidade.
Fonte: IT Forum | Por Luiza Dias