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Brasileiros são otimistas em relação ao impacto da Inteligência Artificial no trabalho

A nova onda de sistemas de inteligência artificial generativa (IA Gen) está transformando os negócios em um ritmo acelerado – e os brasileiros estão ansiosos por isso. Segundo uma pesquisa inédita do Boston Consulting Group (BCG), 70,6% dos profissionais do Brasil estão otimistas em relação aos impactos da inteligência artificial no trabalho, a maior taxa do mundo na pesquisa do BCG, seguido da Índia (60%), e Oriente Médio (58%). Os menos otimistas são Estados Unidos (46%), Holanda (44%) e Japão (40%).

A pesquisa, intitulada “IA no Trabalho: O que as pessoas estão dizendo”, foi baseada em entrevistas realizadas pelo BCG com mais de 12.800 profissionais de 18 países, diferentes indústrias e diversos cargos, desde a alta gerência até a linha de frente, e teve como principal objetivo entender como a evolução da IA afetou a rotina de trabalho. Além de mais otimistas, os brasileiros são o público menos preocupado com a aplicação da tecnologia no dia a dia profissional. 77,3% dos entrevistados acreditam que os benefícios da IA generativa superam seus riscos, valor acima da média global de 71%, e apenas 23,5% sentem que seu trabalho pode deixar de existir devido à IA.

“Nossa pesquisa mostra que os profissionais de hoje veem a IA como uma oportunidade de ganhar tempo e promover a inovação no trabalho. Apesar disso, ainda se nota falta de informação sobre como a tecnologia pode ajudar. Isso fica evidente ao ver que, dentro das organizações, as lideranças são mais positivas em relação ao uso de IA, enquanto profissionais da linha de frente se preocupam se a ferramenta não atrapalharia o futuro de suas posições. Por isso é essencial treinamento e um melhor entendimento sobre o potencial da ferramenta no dia a dia dos colaboradores”, afirma Henrique Sinatura, diretor executivo e sócio do BCG.

O executivo se refere à diferença notada pelo BCG em relação às respostas de líderes sêniores e trabalhadores da linha de frente: enquanto 62% dos líderes em todo o mundo são otimistas em relação à IA, apenas 42% dos profissionais da linha de frente compartilham dessa visão. A pesquisa mostra, ainda, que o uso frequente de inteligência artificial aumenta a confiança dos usuários. “Vimos que a maioria dos líderes (80%) relata que usa regularmente ferramentas de IA generativa, enquanto apenas 20% dos funcionários operacionais fazem o mesmo. A falta de experiência com a ferramenta pode explicar essa disparidade, já que profissionais que não usam a IA não conseguem visualizar claramente seus benefícios”, afirma Sinatura.

Antecipando as necessidades do futuro

Enquanto as empresas estudam como aplicar a IA generativa nos negócios, é essencial que os profissionais também se preparem para o inevitável avanço da tecnologia na rotina de trabalho. No Brasil, essa realidade já é reconhecida e 84,2% dos entrevistados acreditam que seu trabalho provavelmente será transformado pela IA, e 85% do total de entrevistados pelo BCG acreditam que precisarão de treinamento para aplicarem a tecnologia em suas funções.

Além disso, regulamentação também foi apontada como importante, sendo que 83,3% dos entrevistados no Brasil acreditam que uma legislação específica para IA é necessária. Segundo a consultoria, essa é uma mudança marcante em relação à supervisão governamental da tecnologia. “No início da história da internet, havia uma busca por um ambiente digital mais leve e liberal. Hoje, vemos que os profissionais estão mais dispostos a reconhecer que o governo pode desempenhar um papel construtivo na supervisão de uma tecnologia comercial relativamente nova”, afirma Henrique Sinatura.

O BCG reforça que, em vez de aguardar as regulamentações do governo, muitas empresas estão desenvolvendo e implementando seus próprios programas de IA Responsável (RAI, na sigla em inglês – Responsible Artificial Inteligence), visando gerenciar a aplicação da tecnologia de maneira alinhada com os propósitos organizacionais e valores éticos.

“As pessoas estão prontas para receber a IA no trabalho, mas precisam se sentir confortáveis e confiantes com o compromisso de suas empresas com a ética. Acreditamos que negócios que garantirem espaços de experimentação responsável, investirem no desenvolvimento de seus talentos e priorizarem um programa de RAI serão pioneiros”, finaliza o executivo.