É coragem a decisão de começar algo menor do que o sonho para que o sonho tenha por onde crescer. É coragem encerrar o que não funciona, mesmo que tenha custado caro. É coragem admitir que ninguém vence sozinho e, por isso, cooperar.

Para empreendedores e gestores, esperança não significa esperar. Significa construir pequenos presentes que empurram o futuro para cá. Em cada conversa com cliente, em cada teste que falha com aprendizado, em cada ajuste que libera valor, plantamos evidências de que vale insistir. O sentido não se proclama, realiza-se.

Movimentar-se importa. Não como corrida cega, mas como marcha consciente. Caminhar é escolher: que problema vale a pena? que risco é digno? que medida de sucesso honra quem somos? O entusiasmo aqui não é euforia. É energia moral, a alegria sóbria de fazer algo que mereça ser feito. Constância de propósito é a disciplina de voltar ao norte quando o vento muda. Esperança é mais que otimismo: é trabalho com horizonte. Não nega a tempestade; prepara a vela.

Talvez a sabedoria prática do nosso tempo caiba numa tríade simples: atenção, para ouvir os sinais; adaptação, para responder sem perder o eixo; aliança, para somar forças. Atenção cria realidade compartilhada, adaptação cria resiliência, aliança cria alcance. O resto é insistência, aquela qualidade silenciosa que transforma ritmo em resultado. No fim, permanecer relevante não é evitar o novo, é dar ao novo uma direção digna. E competir, no melhor sentido, é servir melhor.

O mundo BANI continuará instável. Ainda bem. A instabilidade é chance. É convite para honrarmos o que importa, corrigirmos o que pudermos e avançarmos apesar do não saber. Com propósito constante, entusiasmo sereno e esperança trabalhada, seguimos. Porque inovar, antes de ser técnica, é uma forma de cuidado: com o cliente, com a equipe, com o tempo que nos foi dado.

Rita Bichara faz parte do Conselho de Normas Éticas da Federação Assespro-MG